quinta-feira, 13 de novembro de 2008
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
falar a música part 1
Sábado, 8 de Novembro de 2008
Falar de música parte 1
Encoberta sobre uma espécie de véu, a eterna luta ( nem sempre recorrendo às armas certas ) entre os fundamentalistas da música portuguesa, os eclécticos curiosos, os simplesmente preocupados e os que nem gostam do som em português, sempre causou perdas de informação preciosa em ambos os lados da barricada. Barricada que nem sequer deveria existir e muito menos o degladiar de argumentos por vezes ridículos. Tanto por parte de músicos como por parte de ouvintes da rádio, pesquisadores de som nas lojas de música etc etc etc Vivemos hoje num país, que felizmente, começa a descentralizar a oferta cultural. teatros antigos são revitalizados, informação cultural das mais diversas formas e suportes são criados, festivais de música dos mais diversos vão surgindo por aí e todos - TODOS - os que se mostram realmente interessados vão participando de alguma forma. Por vezes sinto que a vontade de participar nesses eventos é maior do que a de realmente assistir. E a maior parte nasce dos próprios artistas, que finalmente recuperaram o espírito das "comunas" criativas, dos encontros culturais e da obtenção de uma noção de liberdade e de maior interacção e partilha. A sombra da bananeira dos dinheirinhos e apoios camarários deixaram de ser vitais. O apoio do estado e de outro qualquer órgão representativo de poder político deixou de ser déspota na cabeça dos criativos. Passou a ser ( e correctamente ) parceiro e por vezes o "interessado em". Um exemplo maior é o Penhas Rock que à ( surpreendente ) 3ª edição, sita em Penhascoso - concelho de Mação, os irmãos Morgado e companhia ilustre da juventude, apostando na diversidade cultural foram convidar outro agrupamento de artistas - O MAR ( movimento alternativo Rock - para em conjunto organizar um festival anexo temático tendo como pano de fundo as bandas que ninguém nunca ouviu na rádio ou seja onde for, para apresentar os seus trabalhos. Angariaram patrocínios, entre os quais os da câmara e os da junta ( lá está... as ditas parcerias ), divulgaram como conseguíram, e como se fosse um almoço de domingo de família, dependeram só da entreajuda magnifica do que cada um trouxe e pode arranjar. Resultado? Umas 300 pessoas a ouvir, a comer a conviver e a apreciar o que esta nova união de músicos tinha para oferecer. A absorver as novas tendências da produção cultural, a aceitar a diversidade como se fosse pão para a boca. Ali tiveram a oportunidade de ver nascer o novo espírito, a nova aura independente ( verdadeiramente independente ) de uma nova geração de artistas, compositores que se juntam finalmente e não ficam à espera a chorar do apoiozinho. Finalmente uma família. Aqui fica o meu tributo singelo aos organizadores do Penhas Rock - Circus Mar que decorreu em Penhascoso em Outubro, e aos músicos que nele participaram e a todos os que estiveram lá desde a montar andaimes a fazer a comida aos que simplesmente foram contribuir com a sua amizade e boa onda. Vivemos novos e excitantes tempos, estamos de parabéns... é continuar! Foi uma honra partcipar! obrigado!entrevista 1
Penhascoso, 19 de Outubro de 2008
Querido diário, hoje acordei com uma sensação de alivio que só me aparece quando algo especial vai acontecer, levantei-me da cama fui a janela do meu quarto e lembrei me que hoje é um dia especial, olhei para a rua e sorri. Há já uma semana que vejo por todo o lado cartazes alusivos a 3ª edição do Penhas Rock estão por todo lado desde Penhascoso até Mação e até acho que vi uns poucos em Abrantes, reparei desde logo que havia algo diferente no cartaz algo chamado Circus MAR, claro que pensei que o pessoal aqui da organização tivesse arranjado alguns leões e uns palhaços para o festival, claro que a probabilidade disso acontecer era muito baixa, mas acho que foi esta curiosidade que despoletou a curiosidade de tanta gente.
A medida que as horas iam passando o meu coração ia batendo mais forte, desejosa de chegar a hora, na rua já se via montes de gente a caminhar em direcção ao recinto, vesti-me e lá fui também rumo ao pavilhão. Mal sai de casa de parei-me com um primo meu que já não via desde o natal passado e que me explicou prontamente sobre o que era o MAR, O rapaz está bem informado ta a estudar Ciências Politicas em Lisboa e esta sempre a par das novidades no mundo da música.
O pavilhão estava um espectáculo nunca o tinha visto assim, cheio de cartazes todos catitas com alusão ao Circus Mar, tinha duas bancas de venda de material das bandas, etc.
Estava tudo muito bem-disposto eu própria o estava, tinha estado a ver na internet as bandas que iam actuar e eram todas muito boas.
A primeira banda a subir ao palco foram os A´Project, onde para minha surpresa faziam parte dois rapazes que andaram comigo na escola primária em Mação, e fiquei surpresa foram muito bons até tocaram uma musica dos Joy Division que eu adoro, eles tocavam músicas dos outros mas fizeram-no tão bem que parecia que as musicas eram deles. A segunda banda era de Lisboa, chamavam-se Moose Tank, até trouxeram um autocarro cheio de gente, tinham uma rapariga baixinha a cantar com uma voz linda, adorei a voz dela até meu deu ainda mais vontade de fazer a minha própria banda, já há muito tempo que o quero fazer mas se calhar é desta. Mas não foi só da voz dela que gostei, gostei de tudo, eles eram muito bons e muito certinhos.
Depois destas duas bandas fui ao bar beber uma Coca-Cola e aproveitei e comprei uma t-shirt dos Moose Tank, e um Pin giríssimo do MAR. E de repente….Musica de circo?
Fartei me de rir com o inicio do Circus, entrou um apresentador com uma cartola enorme, um rapaz novo, meu vizinho, adorei, ate se safou bastante bem, foi para o palco e apresentou o Circus e a primeira banda que se chamava Aestranha, um nome estranho pensei para mim, mas depressa me apercebi após os primeiros acordes que de estranho só o nome, guitarradas fortes que me levaram a navegar e o vocalista era lindo, tinha uma enorme presença em palco e uma linda voz, será que namora? Foram muito bons a noite ia mesmo valer a pena e pelo que vi em meu redor toda a gente estava a gostar. A segunda banda já eram meus conhecidos eram os Blábláblá, são de Esposende, já os tinha visto a tocarem lá numa ocasião que fui visitar uma tia minha. Adorei o facto deles terem vindo a Penhascoso, são uma banda muito muito boa, talvez a minha preferida da noite, grandes guitarradas todos muito bons a tocar e a voz daquele vocalista arrepia…Adorei.
Mas de quem eu estava desejosa de ver e pela quinta vez, foram os meus amigos ALF, adoro estes gajos as músicas não me saem dos ouvidos e não me canso nunca de os ver, são apenas dois elementos que por acaso são irmãos mas fazem muito boa música, deram uma bela prestação, adoro quando o vocalista se aproxima daquele aparelho em forma de antena adoro o som daquilo, sei lá.
Acabaram os concertos, mas o bom ambiente continuou, ainda vi o tal apresentador a cuspir fogo no palco, e mais outro rapaz que também se aventurou a cuspir, ainda conheci pessoalmente o vocalista da estranha, que para meu mal era casado, conheci uma serie de pessoas novas, eram todos muito porreiros e bem-dispostos aprendi um pouco melhor sobre o que era o Mar, enfim foi maravilhoso.
Não trocava a minha terra por nada, isto é lindo, é puro, mas como muitas outras aldeias que se escondem no nosso país existem lacunas, buracos culturais onde certas coisas demoram a aparecer ou nem sequer aparecem.......
Inácia inácia
(O meu lado de pita)
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